25 de junho de 2010

Felicidade

A felicidade pode ser encontrada várias vezes ao longo de nossa vida. A medida que o tempo passava fui descobrindo novas definições para o significado dela. Nos primeiros anos se limitava a atenção e mimos dos meus pais. Mais adiante ela se dava a cada aniversário, natal e páscoa, quando ganhava muitos brinquedos e chocolates. Fui crescendo e minha felicidade era assistir aos jogos do Londrina (Tubarão) e pescar com meu pai.

Sempre que eu jogava futebol e fazia gols era o auge de emoção em minha vida. Aí chegou a fase em que as garotas,os beijos e os 'amassos' eram o ápice.

Hoje a felicidade tem três quilos duzentos e oitenta gramas e 48 centímetros e se chama João Guilherme. E veio também minha redefinição da palavra amor. Nunca achei que fosse capaz de sentir dessa forma. Tudo que acontece de ruim no mundo parece que pode afeta-lo e eu fico angustiado.

Há exatamente uma semana, no dia 18 de junho de 2010 as 7h35 da manhã, o pediatra trouxe um pequeno embrulho azul. La estava ele, todo vermelho, enrugado e chorando. A principio apenas analisei aquele pequeno semblante tentando definir o que nele parecia comigo.

Quando a enfermeira começou a dar banho o choro aumentou então comecei a conversar com ele. O choro cessou de imediato. De repente uns olhinhos que mal abriam iam de um lado para outro tentando acompanhar minha voz. E foi esse o momento mágico. Meus olhos encheram de lagrimas e eu percebi que nunca mais seria o mesmo. Tudo que eu havia feito ou realizado me levou àquele momento.

O que ele faz o dia inteiro? Dorme, chora, mama e evacua. Não consegue enxergar e nem rolar no berço sequer. Mas para mim é a criatura mais magnífica que existe na Terra. Sou capaz de passar horas observando as expressões que faz enquanto dorme como se tivesse todo o tempo do mundo. A sensação de segura-lo junto ao meu peito respirando e dando pequenos grunhidos é indescritível. É um calor humano sem igual. Quando canto a musica que cantava enquanto estava na barriga da mãe, ele se acalma de imediato e fica me procurando com os olhos que mal vêem alguma coisa.

Fui feliz em vários momentos da minha vida, em quase todos para ser sincero. Mas posso afirmar, categoricamente, que nenhuma felicidade se compara a essa. Mesmo que um dia ele brigue comigo, saia de casa, diga coisas que me magoem quando chegar à inevitável fase da adolescência. Ou que um dia ele se case e vá morar longe de mim, em outro país. Nada vai superar a felicidade de ser eternamente pai.
Guilherme Palma

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